#83 Um mergulho mais profundo no atual panorama de IA, vertical integrators e uma quase história de sucesso de uma brasileira nos EUA

Antes de mais nada, as ideias trazidas por esse artigo da Andreessen Horowitz estão bem longe de conservadoras. Mas, independentemente de que lado você está no debate em torno da inteligência artificial e o futuro do trabalho, as ideias contempladas aqui servem de munição para ambos os lados.

Esse esquema criado pelo Alex Rampell se propõe a demonstrar que, graças a IA, o software se transmuta em trabalho. O capital compra café, engenheiros e GPUs. E, como resultado, surgem códigos que assumem o papel do trabalho humano (don't shoot the messenger!). Bom, a análise dele vale alguns minutos da sua atenção, sem dúvida.

Leopold Aschenbrenner, da equipe de Superalinhamento da OpenAI e agora fundador de uma companhia focada em AGI, publicou há alguns meses um extenso e provocativo estudo, oferecendo um bom panorama do futuro da IA. Não compartilhei na data de publicação, mas não tem problema já que as abordagens não são para o curto prazo.

É importante ressaltar que as 164 páginas são baseadas em muitas especulações e projeções. Ou seja, nada aqui é definitivo. No entanto, a obra é uma síntese útil e reveladora das conversas de alto nível no Vale do Silício.

Nesse artigo super original e interessante, o escritor e pesquisador russo, Alexey Guzey, compartilha como a visão dele sobre AI foi mudando desde 2017. Acho que consigo tornar isso mais tangível com as aspas do próprio Guzey.

"Eu ia escrever um artigo chamado “por que eu não acredito mais em AGI”, mas me lembrei de ter mudado de ideia sobre o assunto umas cinco vezes. Então, achei que seria mais honesto escrever toda a linha do tempo e ir adicionando futuras mudanças de pensamento a ela". Muito resumidamente, entre 2017 e 2019 eu achava que AGI levaria décadas. Entre 2022 e 2023 passei a achar que está iminente. Agora, estou tão confuso com o que as pessoas querem dizer com “AGI” que nem consigo dizer se é um conceito coerente que vale a pena discutir".

Companhias de peso como Meta, Alphabet, Microsoft, OpenAI, Anthropic e xAI, estão investindo pesadamente em poder computacional, dados e talentos para desenvolver a próxima geração de IA. Um cenário comparável às batalhas de transporte por aplicativo do passado, onde empresas como Uber e Lyft, apesar de prejuízos iniciais, dominaram o mercado. No caso da IA, os custos são ainda mais altos, com a necessidade crescente de dados e chips caros, como o H100 da Nvidia.

Acontece que, enquanto os grandes players do mercado adotam uma abordagem de "mais é melhor", criando sistemas cada vez mais avançados, as empresas de IA que estão lutando para acompanhar a onda de gastos demonstram um medo real de poderem perder a maior inovação tecnológica da década.

Vertical Integrators

Integradores Verticais são empresas que combinam tecnologias avançadas, desenvolvem internamente suas capacidades, modularizam componentes comuns e oferecem produtos superiores em termos de desempenho e custo. A inovação para essas empresas está na forma como integram essas tecnologias. E é sobre esse universo que esse artigo fala.

Outros

Faz tempo que não compartilho uma aleatoriedade divertida como leitura e, bom, a história dessa brasileira na tentativa de fazer a vida nos Estados Unidos está muito boa.