#82 Modo founder vs. modo manager e os últimos desdobramentos em torno do X
Intuição e liderança ativa > estilo gerencial e recursos
Se você gosta de histórias sobre o sucesso de startups e lições de liderança, o último artigo do Paul Graham traz um banquete por meio da participação do co-founder e CEO do Airbnb, Brian Chesky, em um evento da Y Combinator que rolou na semana passada. Chesky contou como seguir conselhos tradicionais sobre como escalar uma empresa pode ser desastroso.
Graham aproveita o gancho para explorar a diferença entre "modo fundador" e "modo gerente", revelando que a gestão tradicional pode prejudicar startups quando os fundadores tentam se adaptar a métodos corporativos convencionais.
Scott Belsky vai na mesma linha nesse artigo que explora insights importantes para líderes de produtos modernos. Ele é enfático na ideia de que a engenhosidade supera os recursos. Em tempos de escassez, resiliência e criatividade são mais valiosas do que capital abundante.
Sobre o X...
Bom, já que a seção "Do X..." da Reading List perdeu o sentido, vou fazer do limão uma limonada e compilar os últimos desdobramentos desde a suspensão da rede social no Brasil.
O Washington Post até que manteve a neutralidade na abordagem de como o Brasil está lidando com a "morte do aplicativo" no país. O jornal chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes de "um dos procuradores mais implacáveis do mundo no combate à desinformação". Mas...
No dia seguinte à publicação do artigo acima, o tom era diferente. No editorial, Elon Musk foi pintado com nuances de vítima. De acordo com o veículo, o CEO da Tesla e da SpaceX está certo ao dizer que “a ação unilateral de um jurista brasileiro para proibir o X de operar no país é um ataque à liberdade de expressão na internet em todo o mundo".
Depois de ter recusado cumprir a ordem de bloqueio nacional do X, alegando que a decisão do ministro Alexandre de Moraes era "ilegal", a provedora de internet via satélite de Elon Musk, Starlink, recuou e concordou em bloquear a plataforma X no Brasil, como parte de uma resolução parcial no conflito entre Musk e o Supremo Tribunal Federal brasileiro.
Mais que uma decisão conciliatória, o recuo reflete a ordem de Moraes que congelou as contas bancárias da Starlink no Brasil alegando que ela fazia parte de uma "unidade econômica de fato" com a X.
Se tem ou não relação com os movimentos que levaram à perda de 22 milhões de usuários brasileiros da plataforma, não temos como saber. Mas Musk deu o sinal verde para a contratação de dezenas de profissionais especializados em cybersegurança para ajudarem, entre outras coisas, a moderar o conteúdo.