#76 Bets em torno das eleições dos EUA ultrapassam R$ 1,6 bi e mercado de previsão baseado em blockchain pode ser novo elemento nas análises da disputa
Eleições Americanas x Crypto
Em tempos politicamente conturbados, o cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, pega a contramão e defende que a visão política dos eleitores em geral não deve ser influenciada pelo posicionamento de candidatos em pautas específicas, como o universo cripto.
Há, de fato, uma crescente pressão dentro do espaço cripto para que seus participantes abandonem a neutralidade nos debates políticos e apoiem partidos e candidatos exclusivamente com base na disposição deles em serem favoráveis ao cripto. E, nesse artigo, Vitalik se mostra totalmente contrário a essa tendência, defendendo que tomar decisões dessa maneira pode carregar o risco de muitos acabarem indo contra os valores que fundamentaram todo o ideal cripto.
"Façam suas apostas" é uma máxima aplicável a qualquer pauta. No Brasil, a cultura da aposta vem trazendo uma dor de cabeça gigantesca para legisladores e até mesmo alguns times de futebol. Nos EUA, a situação não é diferente, mas as apostas estão focadas em prever quem será o próximo presidente do país.
A Polymarket é a principal plataforma de previsões baseada em blockchain e vem batendo recordes sucessivos no volume de apostas sobre a eleição presidencial norte-americana. Até agora, foram mais de US$ 350 milhões (equivalente a 1,5 bilhão de reais) em apostas. E olha que a gente ainda tem quatro meses até o anúncio do novo presidente. Gostando ou não dessa tendência à naturalização das apostas, é fato que o sucesso da companhia demonstra toda a força do blockchain na criação de mercados de previsão mais líquidos e eficientes.
Ao agregar sentimentos em tempo real e criar mercados líquidos em torno de resultados, os mercados de previsão movidos a blockchain podem estar ganhando um papel importante na formação da percepção pública e na cobertura midiática da corrida presidencial. Será que estamos diante de uma nova perspectiva para visualizar o cenário eleitoral?As opiniões expressas na plataforma representam apostas reais, de pessoas dispostas a investir dinheiro para endossar suas percepções - com a expectativa de lucrar, obviamente. E, como demonstra esse post no X, as opiniões dos apostadores sobre a possibilidade de Joe Biden abandonar a corrida presidencial estavam bem alinhada com o que acabou se concretizando.
No mesmo espírito das eleições… AI x Social Media
Scott Belsky explora nesse artigo o peculiar conceito de “brandertainment” (junção de "brand" com "entertainment") que define o movimento das marcas como produtoras de mídia. Com a AI, novas fontes de entretenimento de alta qualidade surgiram e o palpite de Belsky é que as marcas saberão surfar essa onda para se diferenciarem e engajarem fãs, possivelmente em detrimento da publicidade tradicional.
Outro assunto abordado por Belsky é a capacidade das redes sociais mudarem opiniões em grande escala (grande tipo enorme). E a verdade é que não temos tratado o assunto com a devida magnitude. Essa é uma boa oportunidade de se deixar provocar pelos pontos dele.
Crianças Prodígio
Como seria possível explicar o declínio de gênios? É essa a questão que Erik Hoel se propõe a responder nesse artigo repleto de estudos e gráficos super interessantes.
“Acho que o fato mais deprimente sobre a humanidade é que, durante os anos 2000, a maior parte do mundo teve acesso essencialmente gratuito a toda a informação, e isso não desencadeou uma era de ouro".
Ainda sobre legado intelectual, esse artigo aborda de maneira bem gostosa de ler sobre a teoria de que pessoas excepcionais crescem em ambientes excepcionais.
Os adultos em torno da versão infantil de pessoas como Virginia Woolf e Marie Curie assumiam que elas tinham a capacidade de entender tópicos complexos e, portanto, as convidavam para conversas sérias e trabalhos significativos, acreditando que eram capazes de se tornar competentes rapidamente.Enquanto pai de dois, me interessei pelas ideias do autor que traz a biografia de diversas personalidades e conta que, quando crianças, a maioria delas estava integrada com adultos excepcionais e eram levadas a sério por eles.
"Os humanos são animais intensamente sociais. Eles internalizam de forma obsessiva valores, ideias, habilidades e desejos das pessoas ao seu redor. Portanto, não é surpreendente que aqueles que se tornam excepcionais tendam a ter passado seus anos formativos cercados por adultos que eram excepcionais".
No X…
Um conteúdo extra (e um pouquinho ácido) em torno da Polymarket.
Não tinha como não finalizar uma edição que começa falando de bets sem mencionar o Jogo+do+Tigrinho e a notícia de que, por aqui, as apostas online já superam investimentos na B3.