#74 AI: A bolha pode estar chegando em um ponto de inflexão? Sequoia e Goldman Sachs se aprofundam nos questionamentos
AI
Em setembro de 2023, David Cahn, do Sequoia, escreveu um artigo chamado "AI’s $200B Question". O objetivo do artigo, segundo ele, era fazer a pergunta: "Onde está toda a receita?". Naquela época, Cahn notou um descompasso entre as expectativas de receita implícitas pela construção da infraestrutura de IA e o crescimento real da receita no ecossistema de IA, que também é um proxy para o valor percebido pelo usuário final. À época, ele descreveu isso como um "buraco de $125B precisando ser preenchido".
Acontece que, no mês passado, a Nvidia completou sua ascensão e se tornou a empresa mais valiosa do mundo. E nas semanas que antecederam isso, Cahn recebeu inúmeros pedidos para que atualizasse os cálculos por trás da sua análise inicial. "E aí, a questão de $200B da IA foi resolvida ou exacerbada?". Bom, esse artigo traz a resposta para a dúvida. E o próprio título já entrega bastante: a questão de $200B da IA agora é uma questão de $600B.
Quem já esteve com o time do Canary em alguma ocasião certamente conhece o Bruno Assis. Além de um dos caras mais gente fina e engraçados de todo o bairro de Pinheiros, ele é um baita engenheiro de software, dev, consultor de tech e mentor para os times das nossas investidas.
E essa foi uma indicação dele. Então, vou compartilhar suas exatas palavras a respeito:
"Esse é o melhor benchmark de API de LLM que eu já vi, com dimensões como qualidade, velocidade e custo, até mesmo subdividido por caso de uso. Recomendo muito!"
O Goldman Sachs divulgou um relatório de 31 páginas (intitulado "Gen AI: Too Much Spend, Too Little Benefit?”) que inclui "algumas das críticas mais contundentes sobre a IA generativa que você vai ver", de acordo com o Edward Zitron.
O relatório aborda os benefícios de produtividade da IA (que, na visão do Goldman, são provavelmente limitados), os retornos da IA (que, na visão do Goldman, serão provavelmente mais limitados do que o esperado) e as demandas por energia da IA (que todos sabemos que são bem significativas).
A verdade é que, como menciona o autor, o Goldman mudou repentinamente de opinião sobre o movimento de IA e isso sugere que há uma enorme ansiedade sobre o futuro da IA generativa não só no banco mas em todos orbitando ao redor da tecnologia: quanto mais tempo essa tecnologia levar para gerar dinheiro, mais dinheiro ela vai precisar gerar.
"O que torna este artigo tão notável é como ele ataca de forma completa e agressiva cada pedaço do material de marketing do movimento de IA. Daron Acemoglu questiona especificamente a crença de que os modelos de IA simplesmente se tornarão mais poderosos à medida que adicionarmos mais dados e capacidade de GPU a eles, e faz uma pergunta específica: o que significa "dobrar as capacidades da IA"? Como isso realmente torna algo como, por exemplo, um representante de atendimento ao cliente melhor?"
E, realmente, o que "mais dados" significaria? Nas palavras de Zitron, embora alguns possam argumentar que significa processos generativos mais rápidos, não há um barômetro para a definição de "melhor", e talvez por isso que ChatGPT, Claude e outros LLMs ainda não deram um salto além de serem capazes de gerar coisas. O LLM Claude da Anthropic pode até ser "o melhor da categoria", mas isso só significa que é mais rápido e mais preciso, o que é legal, mas não é o futuro, revolucionário ou necessariamente bom.
Ballmer x Gates
Steve Ballmer ultrapassou Bill Gates e se tornou a sexta pessoa mais rica do mundo. O fun fact aqui está no fato de Ballmer ter sito o primeiro gerente de negócios da Microsoft, em 1980, desempenhando um papel crucial no crescimento e expansão da companhia ao longo das décadas seguintes, ocupando diversas posições de liderança até suceder o próprio Gates e se tornar o CEO, em 2000.
A Microsoft, por meio de parceria com a OpenAI, tem sido uma das maiores beneficiárias do rali da inteligência artificial que impulsionou o mercado de ações dos EUA. E o shift no ranking bilionário se deve ao fato de mais de 90% da fortuna de $157,2 bilhões de Ballmer estar em ações da Microsoft, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index. Gates, por sua vez, diversificou sua fortuna de $156,7 bilhões.Ivan Glasenberg tem uma história parecida na Glencore, uma das maiores empresas de commodities do mundo. Ele entrou na empresa em 1984 para trabalhar no departamento de carvão da África do Sul e da Austrália e, assim como Ballmer, ocupou várias posições de liderança até ser nomeado CEO, em 2002.
Em setembro de 2011, utilizando seus próprios dividendos, Glasenberg começou a comprar uma participação maior na Glencore e, em abril de 2012, ele já tinha mais de 15% das ações da companhia, o que o tornava o 20º bilionário em mineração mais rico do mundo. Mas ele não parou por aí e, em 2013, se tornou CEO da entidade criada pela fusão entre Glencore e Xstrata - uma das maiores fusões de empresas de mineração da história, criando uma companhia de US$88 bilhões.
No X…
Ainda sobre a questão da energia trazida no relatório da Goldman Sachs, Corry Wang compartilha a descoberta de que o consumo de eletricidade de uma GPU NVIDIA H100 se compara ao consumo médio de uma casa nos EUA (aproximadamente 1 kW). Assim, um cluster de treinamento com 100.000 GPUs tem necessidades de energia aproximadamente equivalentes às de Cincinnati. Isso é maior ou menor do que vocês imaginavam?
Um graficozinho sobre a questão energética relacionada aos avanços tech.
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