#71 O discurso do Doutor Roger Federer e muitos pontos e contrapontos acerca de Inteligência Artificial
Um punch de motivação
No discurso de agradecimento pelo título de doutor em humanidades, concedido pela Dartmouth College, Roger Federer compartilhou os aprendizados que fizeram dele um dos maiores tenistas da história. Usando sua experiência com lesões e derrotas de exemplo, ele enfatizou a importância de encarar os desafios com resiliência e capacidade de se adaptar, tanto durante a carreira quanto na transição para a aposentadoria.
"In tennis, perfection is impossible... In the 1,526 singles matches I played in my career, I won almost 80% of those matches... Now, I have a question for all of you... what percentage of the POINTS do you think I won in those matches? Only 54%. In other words, even top-ranked tennis players win barely more than half of the points they play. (...) When you’re playing a point, it is the most important thing in the world. But when it’s behind you, it’s behind you... This mindset is really crucial, because it frees you to fully commit to the next point… and the next one after that… with intensity, clarity and focus. The truth is, whatever game you play in life... sometimes you’re going to lose. A point, a match, a season, a job... it’s a roller coaster, with many ups and downs. And it’s natural, when you’re down, to doubt yourself. To feel sorry for yourself. And by the way, your opponents have self-doubt, too. Don’t ever forget that. But negative energy is wasted energy." - Roger Federer
Você consegue ler a transcrição do discurso do Federer nesse link.
Outro discurso que gosto bastante é o que o escritor e jornalista, Michael Lewis, fez para os formandos de Princeton em 2012. É um bom contraponto para a ideia de que tudo se resume ao foco na performance, em tentativa e erro; há também muito o que se creditar à sorte. E é exatamente isso que Lewis traz em seu discurso, há muito de sorte no caminho que leva o estudante de História da Arte ao reconhecimento mundial como autor de bestsellers.
Não é à toa que ele é conhecido por livros sobre economia e finanças, como "Moneyball", "The Big Short" e "Liar’s Poker", obras que frequentemente exploram como fatores imprevisíveis (e de sorte) influenciam o sucesso.
AI / Apple
Um bom jeito de condensar o atual panorama da Apple em AI é usando o Worldwide Developer Conference (WWDC) como marco temporal: tem o pré e o pós-WWDC '24. Mas, calma, preciso pontuar que a narrativa e os recortes vêm do Stratechery do Ben Thompson. Ok? Ok, então, vamos lá.
[Pré-WWDC] Aqui, Thompson explora as especulações sobre o que seria apresentado sobre a integração da inteligência artificial com os produtos da Apple. Os recursos integrados nos sistemas operacionais do iPhone, iPad e Mac são longamente mencionados. Também é abordada a confirmação da parceria entre Apple e OpenAI - o que dispensaria a Apple de construir uma infraestrutura extensa e complexa por conta própria (mas, claro, não anula por completo o trabalho a ser realizado). Outro ponto bem apresentado no artigo é que a integração de AI nos dispositivos móveis prolongará ainda mais a dependência do ecossistema de aplicativos e dispositivos da Apple.
[Pós-WWDC] A grande diferença entre o artigo acima e esse é que os desafios e riscos associados à estratégia da Apple, especialmente em termos de dependência de parcerias externas, custos de infraestrutura, e a relação com desenvolvedores, ficam muito mais claros. Como bem pontuado por Thompson, embora a Apple esteja bem posicionada com suas iniciativas em AI, a dependência de uma plataforma fechada pode limitar bastante a inovação. Os desenvolvedores podem encontrar dificuldades na adoção de novas funcionalidades de AI que não estejam totalmente alinhadas com o ecossistema da Apple. Não foi exatamente uma surpresa, mas o evento escancarou que a Apple corre o risco de se tornar dependente de uma tecnologia externa (OpenAI) que pode não estar perfeitamente alinhada com seus objetivos estratégicos a longo prazo. O problema é que os desafios financeiros e técnicos associados à construção da infraestrutura de IA da Apple são difíceis de ignorar.
Episódio muito legal do More or Less em que fica clara a diferença entre o Sam Lessin (bearish com AI) e o Vinod Khosla (bullish com AI). Khosla também fala sobre o impacto da AI no mercado de trabalho, as inovações que ainda são necessárias, o papel dos fundadores nessa era, os desafios em regulação e ética, enfim, um episódio com bastante insumo pra gente refletir sobre a inteligência artificial.
Climate
Fabrice Grinda vem armado de muitos gráficos pra sustentar sua visão surpreendentemente positiva em relação às mudanças climáticas. O título do artigo faz jus à tônica já que ele compartilha dados que demonstram que há um progresso na luta contra o agravamento da crise climática.
Do Twitter…
Ainda sobre o que virá da relação entre Apple e OpenAI.
Se quiserem descer um pouquinho mais no rabbit hole da AI, vamos passar para LLMs.
Querem ir um pouco mais para o centro das discussões? TAM, SaaS e AI agents.