#68 TAM, mercados de previsão, AI x Energia e algumas visitinhas ao passado
Total Addressable Market
Benedict Evans publicou no seu perfil do Linkedin um artigo de 2014 endereçando a visão de um professor de finanças da NYU Stern sobre a Uber. O texto em questão explorava o argumento do professor Aswath Damodaran de que a companhia estava extremamente sobrevalorizada, com base na estimativa da sua oportunidade de mercado como “uma porcentagem do mercado global de táxis”.
Damodaran havia estimado que, em 2024, o mercado de táxis seria de US$ 184 bilhões e a Uber poderia ter 10% disso – US$ 18 bilhões em reservas brutas. Bom, cá estamos nós dez anos depois, e a Uber tem US$ 150 bilhões em reservas brutas, (sendo US$ 70 bilhões referentes às corridas).Tweet pertinente ao tema mostrando que um “the TAM is too small" pode atormentar muitos investidores ao longo dos anos. Ainda que muitas vezes seja verdade, a constatação ignora a verdade fundamental de muitas grandes empresas que criam a TAM, como Airbnb, Uber e Amazon.
AI
Jensen Huang, fundador, presidente e CEO da NVIDIA bateu um papo com o cofundador e CEO da Stripe, Patrick Collison, sobre liderança na era da AI.
E, apesar da atmosfera informal e cozy, da conversa entre os dois, há pontos muito relevantes que essa thread faz um ótimo trabalho em elencar.
Durante eras caóticas, onde coisas novas substituem coisas novas incessantemente, o que a gente realmente consegue dizer que vai acontecer? E o que são “artefatos da humanidade?”. Esse artigo do Scott Belsky está (não vou mentir) bem cabeçudo. Mas prometo que, ultrapassada a barreira do estranhamento com a miscelânea de assuntos complexos, há aprendizados valiosos.
AI x Energia - Discutimos esse assunto na RL de duas semanas atrás. E, honestamente, acho esse contra-ponto em formato de thread mais que válido.
Quase na virada do século, em 1999, o pensamento era: "Parece razoável prever que dentro de duas décadas, 30-50% do fornecimento eléctrico do país será necessário para satisfazer as necessidades diretas e indiretas da Internet."
E, novamente, brincando de expectativa x realidade, cá estamos em 2024 com o indicativo de que o crescimento da demanda por eletricidade nos EUA se estabiliza em zero nas próximas duas décadas.
Outros
Ao contrário do que a crença popular prega, do ponto de vista jurídico, os mercados de previsão são legais. Mesmo assim, continuam impopulares e a razão para isso é o que esse artigo se propõe a tentar fornecer.
Há um enigma complicado a ser solucionado: dado o interesse diverso e generalizado nos mercados de previsão, porque é que eles ainda não existem? Por que não podemos usá-los para verificar a probabilidade de eventos futuros agora mesmo, da mesma forma que verificamos as previsões meteorológicas, como tantos proponentes dizem que um dia poderíamos? Bom, leiam e me contem suas próprias percepções sobre o assunto.
A responsabilidade final que todos temos é a de ser gentil. E esse artigo super curtinho é bom pra manter essa ideia presente dentro da gente.
Já falei diversas vezes aqui que sou fã do Martin Scorsese, mas dessa vez eu insisto: que matéria boa, que entrevista legal, que maneira corajosa de ver a vida e seus desafios.
Do Twitter...
O fato de 2024 já poder ser considerado o ano mais quente já registrado te causa ansiedade? Olha, essa thread pode minimizar um pouco isso (não muito, um pouco).
O Senhor Morgan Housel traz um gráfico da S&P 500 em que, para cada ponto, seria possível apresentar um case provando que:
1) o futuro era sombrio
2) a geração mais jovem era preguiçosa
3) os políticos estavam estragando tudo