#65 A morte do entretenimento por meio da overdose de dopamina, os bastidores e impactos dos dating apps e muitos gráficos
Cultura da Dopamina
O virtuoso Ted Gioia (crítico cultural, historiador e produtor musical, pianista de jazz e autor de 12 livros) destrincha nesse artigo sua percepção da cultura pós entretenimento. E fica até difícil pra mim condensar todas as suas percepções sobre o atual state of culture.
Segundo ele, 2024 pode ser o momento mais acelerado – e perigoso – para a economia criativa. E, como se isso já não soasse dramático o suficiente, ele não é nem um pouco tímido ao afirmar que o entretenimento morreu.
O que deixa tudo ainda mais tenso ao ler seu ponto de vista é o fato de que ele ampara isso com bons infográficos e dados da indústria que está enfrentando dificuldades que ninguém conseguiu prever.
"O setor da economia cultural que mais cresce é o da distração. Ou chame isso de rolar, deslizar ou perder tempo ou o que você quiser. Mas não é arte ou entretenimento, apenas atividade incessante. O segredo é que cada estímulo dura apenas alguns segundos e deve ser repetido. É um grande negócio e em breve será maior do que as artes e o entretenimento juntos. Tudo está sendo transformado em TikTok – uma plataforma apropriadamente chamada para um negócio baseado em estímulos que devem ser repetidos após apenas alguns tiques do relógio".
Goia nos apresenta o gráfico acima como o panorama da nova cultura. E sua característica mais marcante é a ausência de Cultura (com C maiúsculo) ou mesmo de entretenimento estúpido – ambos são substituídos por atividade compulsiva. Enfim, vale muito a pena dedicar alguns minutos do dia para ler (e reler) esse material.
Esse é o episódio 2/4 de uma série sobre saúde mental com o Dr. Paul Conti, o psiquiatra à frente da clínica Pacific Premier Group. É uma pauta batida em certa medida, mas acredito que o valor esteja na curiosidade geral sobre o assunto. De qualquer maneira, Andrew Huberman consegue conduzir um papo muito bom acerca de temas como mecanismos de defesa, comportamentos, autoconsciência, atenção, a estrutura de auto-investigação que explora todos os elementos chave de si mesmo. O mais legal dessas séries do podcast do Huberman é que elas têm uma continuidade que faz sentido. O próximo episódio vai explorar a construção de relacionamentos saudáveis com as outras pessoas.
Dating Experiments
Se na última edição da Reading List eu falei bastante sobre a parte técnica de AI, nessa eu diversifico um pouco esse pilar de conteúdo. Ainda assim, também vou acabar agradando um nicho específico: o dos solteiros.
Existem muitas facilidades para se encontrar pessoas em aplicativos de encontro. Agora, qual a inteligência por trás desse processo de oferta para cada procura? É o que esse artigo se propõe a responder.
Por que exatamente isso tem relevância? Bom, esse gráfico (especificamente voltado aos EUA, mas não deve ser muito diferente do Brasil) mostra quão dependente os solteiros se tornaram da internet para encontrarem parceiros. Mindblowing!
Para reflexão
Pais e responsáveis no geral por meninas entre 10 e 19 anos precisam estar mais atentos à saúde mental e bem estar delas. O gráfico assusta (como deveria).
Ainda sobre o impacto da internet nas relações humanas e no desenvolvimento de relacionamentos amorosos, esse gráfico mostra que a inserção de homens na vida sexual vem se mostrando cada vez mais tardia.
Meta
Dando seguimento à menção da RL da semana passada, tá aí o desenrolar do Meta Horizon OS - bem parecido com o movimento que fizeram com os modelos de AI, a Meta decidiu abrir o sistema operacional de AR/VR. Movimento que lembra muito o que o Google fez com o Android, e que funcionou muito bem para a empresa.
"Pô, Florian, de novo esse Ben Thompson?". Sim, de novo, e sempre que for possível. Mais uma análise excelente dele. Todo o guarda chuva de temas está aqui: o mercado da Meta, seus atuais diferenciais, Llama3, as motivações do metaverso e, claro, o Horizon OS.
E se revisitar um artigo de 2009 (!) pudesse nos ajudar a entender melhor a estratégia de código aberto da Meta? Bom, talvez possa, olha aí.
Do Twitter…
Uma companhia levantar $200M sendo AI-free? É, é possível!
Esse gráfico tirado de uma matéria da The Economist mostra que os modelos sugerem que, tendo em conta as atuais tendências das alterações climáticas, os mosquitos da dengue se espalharão por grande parte do sul da Europa e dos Estados Unidos, colocando mais 2 mil milhões de pessoas em risco de contrair dengue.
Rippling está gigante!