#51 Meta e Nvidia, Microsoft x Google e os investimentos MANG (Microsoft + Amazon + Nvidia +Google)
MANG
Mais uma semana cheia de novidades em AI anunciadas pelas Big Techs, que valem a pena estudar.
A Meta fez alguns anúncios bem interessantes. O objetivo de Mark Zuckerberg é criar AGI (inteligência artificial generalizada) de forma aberta, open source, para que qualquer pessoa consiga se beneficiar. Vale dizer que a empresa está treinando seu modelo Llama 3. E o que chocou todo mundo foi o anúncio de que, até o final do ano, a companhia contará com 340 mil GPUs (unidades de processamento de gráficos) da Nvidia para treinar seus modelos de inteligência artificial. Aqui vai um dado que ajuda a colocar isso em perspectiva, no final do ano passado estimava-se que a empresa contava com 150K GPUs.
Com um dos data sets proprietários mais ricos do mundo gerados por bilhões de usuários no Facebook, Instagram e Whatsapp, e uma política open source, vai ser bem interessante acompanhar a evolução da Meta no mercado.
O Google anunciou que seu modelo consegue resolver problemas complexos de geometria em nível equivalente a de um participante de olimpíada de matemática. O que torna esse caso em específico tão interessante é o fato de que o modelo demonstra capacidade de raciocínio (algo que LLMs tipicamente não fazem bem), ao combinar um modelo de linguagem neural com uma engine de deduções.
Por fim, uma notícia sobre a Microsoft. Quando o ChatGPT foi lançado, muito se falou sobre o efeito que ele poderia ter no domínio do Google no mercado de buscas. Mas, até agora, isso não se provou.
O market share do Bing está basicamente estagnado em ~3% das buscas globais. É claro que esse número não leva em consideração quem deixou de fazer buscas no Google ou no Bing. No entanto, demonstra um ponto muito relevante: é extremamente difícil mudar o comportamento do consumidor depois de anos ou décadas de costume. Hábitos não se alteram da noite para o dia.
Será o início de uma nova era em VC, a era MANG? Esse artigo discute os investimentos em startups feitas pela Microsoft, Amazon, NVIDIA e Google. E há muita crítica sobre esses investimentos serem mais créditos de fornecimento do que qualquer coisa, já que esses aportes possuem uma natureza circular.
Implicações para as Startups
Sempre gosto de pensar em qual a implicação de todos esses acontecimentos para os times que estão construindo startups de AI. E acabando tendo discussões muito interessantes com as equipes das quais estou mais próximo.
Follow-up do artigo original da Sarah Tavel da Benchmark, que já compartilhei algumas vezes na Reading List, inclusive. Esse tópico também é mencionado no podcast de Victor Lazarte com Peter Fenton - outro conteúdo que recomendo fortemente aos meus leitores.
Essa leitura vale para uma melhor compreensão da visão de Sarah sobre os "humans in the loop" e sua opinião sobre qual tipo de founder vai ganhar nessa era de venda de serviços e não de softwares, via AI.
O conteúdo da NFX é sempre excelente. E toda startup de AI que eu acompanho mais de perto está se perguntando a mesma coisa: o que posso fazer para competir contra os incumbentes do meu mercado? Vale se debruçar sobre a questão porque, diferentemente da era do mobile, os incumbentes de todas as verticais estão levando o tema a sério e desenvolvendo soluções de AI para seus clientes.
Como diz Alex Rampell da a16z, "The battle between every startup and incumbent comes down to whether the startup gets distribution before the incumbent gets innovation." E os incumbentes não estão ignorando a inovação.