#49 Exercício preditivo para 2024, a questão da propriedade intelectual em AI e o embate entre New York Times e OpenAI
Previsões 2024
Além das reflexões do ano que passou, é sempre legal aproveitar o início do novo ano para ler algumas previsões, principalmente aquelas feitas por investidores e empreendedores mais experientes.
Fred Wilson dispensa apresentações e as previsões dele são sempre muito interessantes (aqui as de 2023). Bem curiosa a análise preditiva dele sobre AI, web3 e climate. Considero marcante a parte em que ele conta que, nos quarenta anos em que está no setor de tecnologia, nunca viu um ambiente com tanta inovação. Algo impressionante para alguém que ajudou a definir e teve participação em muitas das inovações acontecidas nas últimas décadas, sendo investidor de empresas como Twitter, Tumblr, Zynga, Etsy, Coinbase e muitas outras.
Entra ano e sai ano, sigo muito fã do Scott Belsky e da sua newsletter, Implications. As previsões dele são todas focadas em AI e bem interessantes. É possível encontrar alguns pontos sobre aplicações de consumer, educação e até branding. Vale a pena para se informar e também ser provocado a refletir.
Tom Tunguz é um expert em SaaS e listou 10 previsões para 2024. Considero suas falas sobre web3 e regulação em AI bem intrigantes.
Caso queira se aprofundar nas previsões para esse ano, recomendo a leitura do artigo do Techcrunch e também do VentureBeat.
AI e Direitos Autorais
A lista de previsões para 2024 obviamente fala muito sobre Inteligência Artificial, abordando seus mais diversos subtemas, que vão desde a possível personalização de AI rodando localmente nos dispositivos dos usuários até a regulação da tecnologia. E posso dizer que tem sido bem curioso acompanhar a batalha regulatória que está rolando atualmente.
Chamou a atenção a notícia de que o New York Times decidiu processar a OpenAI devido ao uso de propriedade intelectual do jornal para treinar seus modelos. Esse breakdown, inclusive, é bem útil para entender o caso. Lembrando que, há algumas semanas, a OpenAI fez um deal com a Axel Springer pelo uso dos seus conteúdos.
A questão dos conteúdos a serviço da tecologia é super polêmica, e igualmente interessante. Se as empresas precisarem pagar a todos os fornecedores de conteúdo, haverá um grande desafio no âmbito da lucratividade. Como funcionaria no caso do Google, que já “lê” toda a informação da internet?
Há uma proposta de regulação sendo discutida nos Estados Unidos que obrigaria os criadores de modelos fundacionais a revelarem quais as fontes foram usadas para treinar os seus modelos.
Enquanto isso, no Japão, há rumores de que propriedade intelectual não se aplicaria no caso de treinamento de modelos.
https://asia.nikkei.com/Business/Technology/Nikon-Sony-and-Canon-fight-AI-fakes-with-new-camera-tech
E as empresas de câmera se preparam para a nova era de AI com tecnologia.
A Apple, aparentemente, vai apostar suas fichas em modelos locais. Famosa por seu foco em privacidade, essa direção pode destravar muito do potencial de personalização em AI.