#39 O otimismo-tech no manifesto de Marc Andreessen, uma análise da Latam no atual panorama geopolítico e os retornos superlineares por Paul Graham
Techno-Otimismo
Com certeza um dos assuntos mais notórios da semana (fora do eixo Israel-Gaza, naturalmente) foi a publicação do manifesto techno-otimista, escrito pelo Marc Andreessen, da a16z.
Em um artigo cheio de argumentos frequentemente usados por pessoas que trabalham com tecnologia, startups, inovação, etc, Marc Andreessen publicou sua visão utópica e tecno-centrada de um mundo em que, com novas tecnologias (mais especificamente a inteligência geral artificial), a humanidade poderá resolver "todo tipo de problemas". O texto teve grande repercussão na internet, mas não apenas pelo seu viés otimista do futuro. O manifesto foi bastante criticado pela falta de dados, contexto histórico e perspectivas alternativas. O tom combativo também chamou a atenção dos leitores.
Eu gostei de ver as opiniões de pessoas que julgo sensatas e inteligentes sobre o manifesto, dos dois lados do debate. Destaco duas abaixo.
Por Noah Smith:
Por Ben Sixsmith:
Bônus, e na mesma linha, um artigo do Brian Winter para a Americas Quarterly com razões para estar animado com a América Latina; enviado por um amigo.
Interessante pensar na América Latina no contexto atual de conflitos geopolíticos, desde a Ucrânia até o Oriente Médio e as tensões na Ásia. Realmente há uma grande vantagem aí. E legal de pensar nas tendências em tech, energia e cada vez mais, na economia verde também.
Motivacional
Novo artigo de Paul Graham sobre retornos superlineares e por que eles são contra-intuitivos. Por exemplo, se você fizer um gráfico linear do PIB per capita, uso de energia ou palavras lidas ao longo da vida, mas truncá-lo por volta do ano de 1800 (mantendo o eixo y alto o suficiente para incluir os valores atuais), você estará olhando para uma linha reta longa e plana. A ideia central é que a evolução não nos prepara para o crescimento superlinear, e a maioria de nossas instituições é descendente de instituições de crescimento linear.
Mesmo na maior parte da revolução industrial, a expectativa padrão era linear. Por exemplo, ações na bolsa não começaram a ter retornos compostos até o início do século 20, porque antes disso elas pagavam a maior parte de seus lucros como dividendos em vez de retê-los para o crescimento. Graham cita que os campos mais superlineares, como a tecnologia, têm uma atitude diferente em relação ao fracasso: é perdoável se a pessoa que falha aprende algo com isso, abrindo o caminho para retornos superlineares.
Como a história de um coveiro pode nos ensinar a pensar fora da caixa e fazer as coisas de uma forma diferente do resto do mundo. Um artigo curto mas muito interessante e provocativo.
Realmente, não aproveitarmos esse vácuo de crescimento dos nossos concorrentes diretos e não posicionar o país como líder de economia verde, pode se uma das oportunidades da história...